segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"Lar, doce lar "

Meu recanto preferido
Lugar doce, meu refúgio
Meu porto seguro.
Lugar onde me resguardo
Onde me escondo e acobardo
Onde me sinto seguro
Lugar onde limpo as minhas armas
Onde preparo os combates
Onde lambo as minhas feridas
Onde vivo os meus amores
Onde choro os desamores
Neste canto que é só meu
Tantas coisas para viver
Tantas para recordar
A vida, o sonho, a terra, o mar,…
Este chão que pisamos
A imensidão do teu olhar
Hoje, na sua doçura imensa
Só quero no teu peito descansar!...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A MINHA TARDE

Tenho o tempo, tenho o sol, tenho a brisa e a sombra
Tenho a música, o jornal e gralhas que não param de palrar
tenho o mar, o rio e a serra para desvendar
talvez com isto possa fazer a minha tarde
uma tarde serena onde me possa refugiar
Mas e as ideias e os problemas?
Se não resolvi o problema da janela suja do quarto
aquela borradela imensa de um pássaro chapada
Se o carro continua sujo da última ida à praia
se continua com a última mossa feita por um traste qualquer
Se ainda não paguei as contas,... nem sei como está o seguro
como posso estar aqui tão sossegado
sem ter resolvido o mínimo problema?
E as gralhas que não se calam
E as ideias que as gralhas me transmitem só servem para dividir?
Elas me dão ideias em catadupa, me levantam problemas
Têm o condão de me entusiasmar de me envolver
É difícil estar ali e não ouvir
Este anda com esta esta que disse algo sobre outra
E outro fugiu com sicrana, ...
É difícil não ouvir a multidão
Podia dizer, podia gritar… calai-vos!
Tinha a razão do meu lado
Deixai os pássaros cantar
Deixai-me ouvir a brisa, as crianças brincar,
Deixai-me sonhar com o mar.
Deixai-me ....
Mas que seria de mim e da minha tarde
Sem este torpor e bem-estar

domingo, 9 de agosto de 2009

Segredos

Há palavras e palavras certas
Expressões certas e outras inaceitáveis
Há palavras que podem ser ditas
Outras estritamente pensadas
Algumas são delito, mesmo ao pensar
Há palavras banais que podem ser ditas
Aqui, agora e em qualquer lugar
Outras que estão vedadas
Mas que bailam persistentemente na minha mente
Em qualquer lugar, em qualquer momento
Porque elas são minhas, porque elas são tuas
São palavras proibidas
Estão destinadas aos momentos certos
Aos nossos momentos
São palavras malditas
Que não podem ser ditas
em qualquer lugar e a qualquer hora
Estão estritamente reservadas
Para serem ditas
Em tom muito especial
Ao teu ouvido, ao meu ouvido ou gritadas ao vento
Como um lamento
Contudo são palavras simples
Definem sentimentos, movimentos, partes do corpo
Actos do viver que só nós dois nos podemos permitir
Só os dois podemos sentir
São as nossas palavras
Os outros
Não as sabem dizer e não sentem
São outros
não as entendem