terça-feira, 30 de novembro de 2010

Como desejava ter-te aqui.

Como desejava que, no final do dia, com a casa em silêncio absoluto, estar contigo na terra dos sonhos, porque era chegada a nossa hora, porque agora o dia era só nosso. Era a hora de pôr a conversa do dia em dia, de falarmos disto, de falarmos daquilo,de falar tudo e de nada, de ouvirmos os nossos corações bater, a nossa respiração, de sentir o cheiro, o perfume do teu corpo, de fazermos planos para o dia a seguir, ou de ficar em silêncio, porque o silêncio sabe tão bem quando é . Queria poder relaxar nos teus braços e namorar, namorar, namorar.. . Faz-me falta este momento, fazes-me falta neste momento. Como desejava ter-te aqui.

Quando não decidimos por nós

Há sempre várias formas de reagir quando nos acontecem coisas más, quando nos desejam o pior, quando tudo conspira para que tudo nos corra mal, quando andamos na pior,..
Uma é Sorrir. Encolher os ombros, seguir em frente, fazer força para continuar a acreditar que a opinião dos outros só tem a importância que lhe atribuirmos e continuar a viver como sempre fizemos, independentes, livres e sorrir E novamente sorrir.
Outra é dar atenção às vozes desses tais que nos desejam o pior, que nos limitam, que nos tolhem, que nos castram, as ideias, as acções, as sensações, os sentimentos e, desta forma, eles têm mesmo muita importância na nossa vida. Neste caso estamos condenados, acabados, mortos, … Já não há volta a dar!
Sempre que optei pela segunda escolha foi pura perda de tempo, o que é bom para uns é mau para outros, horríveis para outros tantos. Foi sempre uma perda de tempo, pura e dura perda de tempo, desgaste de vida. Neste caso, mais cedo ou mais tarde, sentimos na boca aquele sabor amargo, por termos perdido tempo com que não merece nada, por termos deixado de viver o que achávamos que podíamos e queríamos viver. O que nos fica normalmente é Zero, Rien, Niente, Nichts, Nothing,..

domingo, 28 de novembro de 2010

O que faço aqui?

Os fins de semana são tramados. Este está a ser particularmente desesperante. Fiz o que normalmente faço, aquelas rotinas, aquelas pequenas tarefas, aqueles pequenos gestos, aqueles trabalhos, ... e nada, não valeu de nada. Na primeira oportunidade fui reduzido a trampa, a cheiro de esgoto, a maltrapilho, ser execrável, ... tudo e todos são muito melhores, tudo e todos t~em coisas melhores, oferecem coisas melhores. Estou um caco. O que faço aqui?!
Por outro lado estou longe de ti, mesmo sabendo que este estar longe é força de expressão, nunca estás perto.

Porque não és minha

Eu sei que a maior parte das coisas que sinto não passam de devaneios nos quais persisto em acreditar. Definitivamente não me amas, não te atraio, não me desejas,... não sou mais do que aquele "ser" com quem passas alguns momentos, como se poderiam passar com um pesadelo sem fim programado. Será que o que me contaste são mentiras ou é este "comboio transiberiano" que te afasta, que te retrai, que te inibe? Eu quero acreditar que valho a pena! Fingi sempre acreditar que "o nós" é um sonho para realizar. Será?! És tão especial, tão inatingível, tão distante, tão disponível, tão carinhosa, tão fria, tão ausente, tão interessante, tão ... mas não és minha.

domingo, 21 de novembro de 2010

Onde anda você?!

E por falar em saudade
Onde andam teus olhos que a gente não vê
Onde anda teu corpo
Que me deixou louco de tanto prazer
Onde anda você.
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava, onde a gente se amava
Em total solidão
Onde anda você.
Hoje eu não saio para a noite vazia
Vazia de ti, vazia de mim, vazia de nós
Sem boémia, sem razão de ser
Sem a rotina dos bares, que apesar dos pesares
Me traziam você
E por falar em paixão, em razão de viver
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
P´ra quebrar a solidão
Onde anda você?

O que fazer neste dia assim?

Está um tempo de chuva. O céu está cinzento, quase negro. Tempo estranho este. Para que serve este tempo. Já me cansei de ver blogs, de fazer comentários sobre os mais diversos assuntos. Resisti à tentação de te encher de sms, de mails, de te dizer te amo. Apenas te enviei um sms a desejar um bom dia e um mail para enviar trabalho, não te quis perturbar com a minha "solidão". Há pessoas que adoram estes dias. Detesto! A chuva para mim só serve para me enclausurar. Dá-me demasiado tempo livre para pensar. Pensar em tudo e sentir que nada tenho. Sentir desejos de estar contigo e sabendo-te por esse mundo fora. Saber que podia estar contigo, que desejava estar contigo. Há tantas coisas, tantos sonhos, tantos desejos por realizar,... e sentir que tu não estás e a tua ausência é insuportável. Liga-me. Manda-me sms. Diz que me amas! Enche-me com a tua presença!

Sou ciumento!

Tinha algumas dúvidas mas penso que hoje elas se desvaneceram. Sou ciumento! Não daqueles que berra, que reclama, que faz birra,... Sou daqueles a quem o coração aperta perante a ausência, perante os minutos sem saber de ti. O coração bate a ritmo muito irregular, ora lento, ora rápido, por vezes pára. É assustador! Sou ciumento quando beijas alguém que não eu, quando fazes um carinho, quando sorris, quando te ausentas,... Sou tão ciumento que me chateia. Claro que não vale a pena fazer cenas. Claro que sei que isto são tontearias e que tens vida para além de mim! Para quê isto se isso apenas traz confusão. Mas que dói,isso dói!

domingo, 7 de novembro de 2010

Estas palavras podiam ser minhas.

Acabei de descobrir este texto e … é lindo! (obrigado a quem o escreveu). Podia mandá-lo a tanta gente! Gostava de poder escrever assim

Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar. Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem para dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a dizer. E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se oiça o coração bater desordenadamente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.
Às vezes é preciso partir antes do tempo, dizer aquilo que se teme dizer, arrumar a casa e a cabeça, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e rezar a um deus qualquer que nos dê força e serenidade. Pensar que o tempo está a nosso favor, que o destino e as circunstâncias se encarregarão de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordação ténue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época e que um dia também teve o seu fim.
Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizémos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito, somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor. Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.
Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, não aceitar sem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio e paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar.
Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia então esquecer.

sábado, 6 de novembro de 2010

À noite a vida fica gelada

Nestes tempos que correm, as noites, os fins de dia, são o oposto dos dias. À noite, a vida fica gelada, não porque o tempo arrefece especialmente, não pela exposição ao ar, não pelo vento nordeste que sopra continuamente ou porque as nuvens escuras teimam visitar-nos todos os dias, ou aquela geada teima, persistentemente colocar-se em todas as superfícies, gelando os ossos. Mesmo com a roupa mais quente, mesmo com a malha polar, mesmo com o chá escaldante do lanche tardio e as tostas quentes, … tudo me parece frio, gelado.
À noite, quando o que mais necessito é conforto, quando o que mais necessito, em todos os sentidos da palavra, é de ti, de te sentir, de te ouvir, de partilhar contigo,... Quando chego a casa, cansado do trabalho, quando preciso de um lar, quando preciso de um beijo, quando preciso de colo é quando menos apoio encontro, menos compreensão, menos abertura.
As noites prometem ser um gelo permanente. Quando chega a Primavera florida e o Verão escaldante?

Hoje é dos tais dias.

Preciso especialmente de colo, preciso de carinho, preciso que tratem de mim,preciso ouvir coisas lindas, ... preciso de ti. Mais do que habitualmente. Preciso… e muito de ti.
Muito pouca gente me ouve queixar. Aparentemente não há razões para tal. Aparentemente tenho tudo o que alguém pode desejar, um emprego que adoro, numa das várias profissões que podia ter escolhido, porque gostava, na profissão a que retornei depois de experimentar outras, de que também gostei. Ganho muito acima da média, gasto um pouco abaixo da média, tenho casa, carro,… uma filha que adoro (creio que ela também, fomos cúmplices tantos e tantos anos), linda, carinhosa e autónoma (talvez em demasia), mas também tenho esta tormenta da qual não sei, não sou capaz de sair. E isto faz toda a diferença!
Eu sei que é pedir demais. Eu sei que naturalmente não estás aí… disponível. Eu sei que talvez apenas existas na minha mente e não passes de um sonho lindo que se concretiza cada vez que te encontro, cada vez que te sinto perto, cada vez que te abraço, cada vez que sorris, cada vez que te ouço. Preciso de ti para poder viver. Hoje é dos tais dias em que me dirias, precisas urgentemente de resolver isso,… Eu sei, mas preciso de ajuda. Preciso de ti.