Será do tempo ou será do Outono
É que o tempo se esgota e nos esgota
Ele se apouca e torna empecilho
Se esfuma e escorre por entre as mãos
As nossas mãos, o nosso tempo.
Nos fecha portas, nos empareda e amarra
Nos barra prazeres, nos causa tormentos
Nos tolda a visão e impede momentos.
Os nossos momentos.
Com este tempo tudo volta a ser cinzento!
Nos dias que correm somos escravos
Do tempo que temos,
do tempo que gastamos,
do tempo que não temos
do tempo que desperdiçamos
Era tão bom termos tempo, trazê-lo connosco
e o levarmos para casa
Para o gastarmos connosco
Com nós dois e os nossos momentos
E os dias voam, se esgotam e nos esgotam
E a vida passa, tão rápida, tão exigente
Por vezes displicente. irremediavelmente perdida.
E tem havido tão pouco de bom,
tem havido tão pouca alegria...
Tem havido ... tão pouco de nós!
E estamos cansados, a acusar o desgaste.
Será que é do Outono
Será que é do Tempo.
Pelo teu tempo
Obrigado meu amor!