sábado, 2 de janeiro de 2010

O novo ano

Não gosto especialmente deste tempo. Há demasiado frio, demasiada chuva, demasiado vento, gelo em demasia. Mesmo quando a neve cai não é especialmente bonita, não é especialmente vivida, a sua brancura não é imaculada, rapidamente se conspurca e deteriora. Com este tempo há demasiadas dificuldades em nos encontrarmos a não ser em espaços fechados, fumarentos, barulhentos,... que eu não gosto, que tu detestas! Gosto do sol, da brisa, da sombra fresca das árvores, da relva verde, dos campos floridos . Gosto do mar, da praia , das ondas, do sol, dos mergulhos, Gosto...
Os dias açoitados pelas intempéries do Inverno, tornam-se ainda mais tristes. Parece que tudo morre à nossa volta. Nem o melro que me acordava diariamente se atreve a cantar, os últimos dias não lhe têm sido suaves.
As ruas estão esburacadas, os bueiros da estrada cheios de todo o lixo arrastado de todos os cantos, pela enchurrada da noite. Os carros passam a toda a velocidade esguichando água e lama em todas as direcções, ... Imagens da incúria que teimam na repetição.
O ano findou. Não resisto. Faço uma rotação involuntária à volta do que terminou e faço um vislumbre do ano que foi. O sonho é tão somente o que resta dele. Tal qual o tempo assim foi o ano. O sonho permanece intacto. Não se quebrou. Sinto que ainda não é hora de desistir, há ainda tantas hipóteses de viver..., queiras tu e se nos deixarem!
Neste novo ano...talvez faça coisas que detesto, coisas que detestas, coisas ... talvez leia todos os livros que comprei e que arrumei, talvez releia outros que amei, ... talvez volte a ouvir as músicas de antigamente ou parta em busca dos novos sons, ... talvez escreva mais uma ou outra vez, talvez partilhe esta ou outra ideia contigo,.... talvez me indigne mais com a política, com os políticos, com a ineficácia, com a incompetência, com a prepotência,... talvez te mime mais, talvez te ame mais (como se fosse possível) talvez...mas certamente que tentarei.

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