quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Paragem no tempo

Quem precisa deste tempo, deste buraco negro espacial, completamente vazio mas sofregamente devorador.
Como se esgotam os dias, como o tempo se escorre e com eles. Vagarosamente a vida se esvai, desinteressante, inconsequente e inconsistente.
Como me esgota e desgasta o tempo, numa dança a solo, umas vezes serena, outras num turbilhão, um vendaval que tudo arrasta e destrói.
Por vezes como um poema, delicadamente construído a pensar em ti, como um beijo com sabor a mar, deliciosamente saboroso.
Algo porque vale a pena esperar, algo porque vale a pena viver
Algo porque vale a pena lutar.
É aqui que vivo em constante conflito, neste labirinto de te ter, de te não ter.
Às vezes grito, às vezes choro outras barafusto.
Às vezes escrevo, às vezes fujo.
Fujo de mim, fujo dos outros.
Fujo porque não sou o que sinto, porque não sinto o que sou.
Mas sinto que vale sempre a pena esperar porque a vida é uma dança, uma esperança sentida e consentida.
Tudo começa no espaço, tudo começa num instante, tudo tem um tempo.
Tudo resulta da ilusão, da esperança, da dor e do amor.
O tempo parou porque te foste.

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